sábado, 29 de outubro de 2011

Fui!

É verdade, é um facto.
A Ameixa já cá não está!
Agora vive na SAPO,
Passou-se pró lado de lá.

Depois de tanta confusão
O Canela Moída emigrou.
Com um sapo aqui à mão,
Mudou-se, não hesitou!

Caros amigos e visitantes
Lamento muito informar
Mudem o link quanto antes
Para me irem visitar.

Passem lá para uma visita
Não se vão arrepender.
Há uma cocotte catita,
Que todos podem comer.

O nome não mudou
Só troquei de plataforma
Canela Moída ficou
Mas muito mais em forma.


Até já!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Bolo de banana


Já a tinha visto no Botânico uns dias antes. Enquanto descia a rua vindo da faculdade de Letras, lembrava-se sempre da figura à sombra de uma daquelas árvores centenárias em dias de muito sol e calor, quando ela mostrava mais um bocadinho da pele pálida num corpo esguio e moderno. Passava despercebido e sabia-o. Não era como alguns dos colegas de curso que davam nas vistas e, mesmo os que não davam, sabiam fazer-se notar nas noites de festança e convívios. Enfiava-se num canto a observar, uma espécie de mirone tal como a velha Cabra que vigia sobre as almas dos que passam defronte da Joanina. Ela não era uma turista, não. Trazia livros e fotocópias soltas que pareciam ser estudadas meticulosamente sem que nada a fizesse levantar os lindos olhos e vaguear pelo espaço verdejante. Se tivesse que ser pago um bilhete de entrada, ela passaria a desembolsar a quantia que fosse só para visitar aquele espécime raro. Mas ela deixou de aparecer e ele foi encontrá-la umas semanas depois, ali, na mesma linha, na mesma carruagem, entre centenas de pessoas. Uma, duas, três vezes. Interpretou aquilo como um sinal e achou que poderia ser a última vez que a via. Já que pagou bilhete e já, encheu os pulmões de ar e com toda a sua filosofia, depois do comboio parar e de deixar que todos saíssem, aproximou-se e disse-lhe que ela era de uma beleza maior que a maior sequóia do Jardim. Ela agradeceu e, enquanto encontrava o caminho para casa, olhou para trás com receio que ele ainda estivesse a vê-la. Ele achou que era um banana, nem o número lhe pediu nem disse que o jardim tinha perdido metade da sua beleza desde que ela levantou raízes e o deixou meio despido.


Ingredientes:
2 colheres (sopa) de manteiga
1 1/2 chávena de açúcar
2 1/2 de farinha
1 colher (sopa) de fermento
1 1/2 chávena de leite
bananas q.b. (cerca de 2 ou 3)
açúcar e canela

Preparação:
Bater em creme a manteiga e o açúcar. De seguida, juntar o fermento e a farinha devidamente peneirados juntos e ir alternando com o leite. Quando ficar uma massa lisa, porém um pouco mais pesada que massa de bolo, coloque na forma untada e enfarinhada. Sobre a massa fatie bananas e polvilhe com açúcar e canela. Asse em forno moderado até dourar.

Notas:
Diminuí a quantidade de açúcar para 1 chávena.
O bolo não leva ovos. 
Receita retirada do blog Ora Pitangas!!!

Bom fim de semana.

domingo, 9 de outubro de 2011

Salada de atum, feijão e salsa


E este calor que não se vai embora? Pede mesmo uma saladinha, não? :)

Ingredientes:
425 g de feijão
170 g de atum
1 chávena de salsa picada
1/4 chávena de cebola vermelha

3 colheres (sopa) de azeite
2 colheres (sopa) de sumo de limão
pimenta preta e sal q.b.

Preparação:
Drene o feijão e seque com papel de cozinha. Junte os ingredientes do molho. Coloque o feijão numa tigela e junte o molho. Deixe-os marinar enquanto o atum drena, corte a salsa e pique a cebola. Adicione tudo ao feijão, misture gentilmente e sirva.

Notas:
Receita retirada do blog Kalyn´s Kitchen.
Usei feijão vermelho que cozi na panela de pressão. A autora sugere feijão branco enlatado.

Bom resto de Domingo e boa semana a todos!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pêras em vinho tinto


Foi a tropa que o pôs assim! Era o que toda a gente dizia dele. A tropa avariou-lhe os miolos e ele agora anda ao Deus dará. Metido nos copos e a pedir cigarros a quem passa. Com olhos raivosos, cantos da boca a sorrir e as mãos sempre atrás das costas, de estatura pequena e pele bem morena, só para assustar quem por ele passava ao cair da noite. É o andar para trás e para diante que lhe gasta os ossos, e o sol cravejado na pele fá-lo parecer muito mais velho e mau. Alimenta-se do vício com o dinheiro que o Estado lhe dá, uma pensão social atribuída por conta da "avaria" causada no serviço militar. Não sabe se chegou a ir para o mato, nem o país em que desembarcou mas sabe que esteve no chamado Ultramar. Só a palavra parece causar-lhe um sofrimento atroz. "A tropa vai fazer de ti um homem" - dizia-lhe a mãe que lhe amparava sempre a bebedeira juvenil. Morreu arrependida com aquelas palavras atravessadas, afinal a tropa roubou-lhe o menino e devolveu-lhe um rapaz que nunca mais conheceu.

Ingredientes:
Casca de meio limão, em fatias
1 pau de canela
100 gr de açúcar
375 ml de vinho tinto
250 ml de água
4 pêras maduras, peladas, descaroçadas e partidas ao meio

Preparação:
Combine os 5 primeiros ingredientes numa panela larga e leve a lume médio. Mexa até dissolver o açúcar, depois reduza o lume para o mínimo. Coloque as pêras dentro e deixe-as cozinhar por 15-20 minutos ou até estarem tenras. Deixe-as arrefecer no líquido, depois transfira para o prato de servir e reserve. Coe o líquido e leve-o a ferver até reduzir para 1/3. Deite o xarope por cima das pêras e refrigere até servir.

Notas:
Usei cerca de 10 pêras pequeninas e enfiei-as no wok.
Receita retirada do blog Kitsch in the kitchen.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Bolo mármore sem farinha


Se os bolos curassem, este seria um dos que se venderiam nas farmácias. Porque há dias em que as palavras ficam mudas e as imagens, não valendo mais que mil palavras, ajudam a perceber o quanto a receita é boa :)

Ingredientes:
225 g de queijo-creme
2/3 chávena de açúcar
1 ovo
1 colher (chá) extracto de baunilha

280 g de chocolate meio-amargo, ficamente picado
140 g de manteiga, cortada em 6 pedaços
3 ovos
1/3 chávena de açúcar
1 colher (sopa) rum ou café expresso (usei café)
1 colher (chá) extracto de baunilha
1 pitada de sal
cacau para polvilhar

Preparação:
Pré-aqueça o forno a 150ºC. Unte uma forma redonda e forre-a com papel vegetal.
Faça a massa de queijo-creme: numa tigela, bata o queijo até ficar mole. Adicione o açúcar e continue a bater até não ter grumos. Adicione o ovo e a baunilha, batendo até ficar homogéneo. Reserve.
Para a massa de chocolate, derreta o chocolate com a manteiga no microondas. Mexa até ficar suave e reserve até arrefecer ligeiramente. Bata os ovos, açúcar, expresso, baunilha e o sal até a mistura ficar pálida e espessa, cerca de 3-4 minutos. Vá envolvendo o chocolate derretido na mistura e continue a bater até estar bem misturado.
Espalhe metade da massa de chocolate na forma, depois adicione, alternadamente, colheradas das massas. Com uma espátula ou faca, misture gentilmente as duas massas. Bata com a forma na bancada para que a massa assente.
Leve ao forno até que um palito saia húmido mas não traga massa líquida. Não deixe cozer demasiado. Deixe arrefecer na forma até estar morno. Retire e polvilhe com o cacau o fundo do bolo.
Coloque-o direito e deixe arrefecer completamente, cubra e leve ao frigorífico até estar bem gelado. Sirva.


Notas:
É um bolo muito intenso que retirei do site Fine Cooking. Tenho pena de não ter conseguido obter o efeito marmoreado porque envolvi demasiado as massas.

sábado, 17 de setembro de 2011

Dourada grelhada com couve salteada


Tinha sonhado com ele outra vez! Não havia direito de invadir o seu íntimo assim, tão de repente, sem avisar, sem ter sido convidado. Porque é que insistia em atormentá-la naquele desconforto, se já sabia que ele não era dela nem seria para ela? Para ela, que sofria tão silenciosamente aquele amor não correspondido, era difícil aguentar a presença dele sem ter qualquer controlo, sem se poder fazer de difícil para que ele percebesse que ela valia mais do que ele pensava! Foi uma peixeirada, uma peixeirada eu vos digo. Ali mesmo, naquela noite chuvosa e fria, ela descontrolou-se, o sonho virou pesadelo e virou-se a ele como se ele tivesse toda a culpa de não a conseguir amar como ela queria. Ele ouviu-a e quase sentiu o seu coração quebrado, ele descrente porque não tinha pedido para estar ali e ela, completamente furiosa por querer que ele estivesse ao seu lado quando acordasse! E acordou, ainda mais furiosa por estender as mãos e não o ter ao seu alcance. Mas o que ela ainda não conseguira perceber é que a ele apenas lhe faltavam as palavras certas para meter conversa com ela, sempre que a via parecia gaguejar e, por isso, renunciava à paixão refugiando-se no seu canto, quase despercebido. A timidez mata o amor, quase tanto como a mágoa e o azedume de se sentir rejeitada sem o ser.

Ingredientes para o peixe:
4 douradas com cerca de 350 g/cada
sal
pimenta em grão
1 limão
0,5 dl de azeite
1 folha de louro
1 haste de tomilho
batatas cozidas

Preparação:
Amanhe as douradas, lave-as em água corrente e enxugue com papel de cozinha. Tempere ligeiramente com sal.
Misture numa tigela uma pitada de sal, pimenta moída na altura, sumo do limão, azeite, o louro cortado e o tomilho desfolhado. Pincele os peixes com a marinada, coloque-os numa grelha pré-aquecida e grelhe dos dois lados, sobre brasas, sem deixar cozinhar demasiado e pincelando-os várias vezes com a marinada.
Coe a restante marinada e sirva com o peixe. Sirva com batatas cozidas.

Ingredientes para a couve salteada:
450 g de couve-coração ou couve lombarda
2 colheres (sopa) de azeite
2 dentes de alho, finamente fatiado
1/2 colher (chá) de sal

Preparação:
Remova os pedaços mais duros da couve. Enrole as folhas e corte-as finamente.
Aqueça uma frigideira ou wok sobre lume forte e adicione o azeite e o alho quando estiver bem quente. Frite, mexendo constantemente por não mais de 30 segundos. Junte o sal e a couve e cozinhe, mexendo e envolvendo a couve no azeite quente, por 3 minutos ou até que a couve esteja cozida mas crocante. Sirva num prato aquecido.

Notas:
A receita do peixe foi retirada da Revista Boa Mesa nº 22/2005, e a couve salteada do livro "Real fast food" do Nigel Slater. Tanto uma como outra fazem parte das refeições repetidas cá de casa. As douradas que usei  tinham menos que 350 g cada uma, não assei sobre brasas, usei um grelhador elétrico e resultou na perfeição. Fiz uns ligeiros cortes no lombo dos peixes para que assassem melhor.

Bom fim de semana!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Pudim de sêmola com caramelo


Que calor é este que hoje um gafanhoto atarantado atravessou-se à minha frente e não deu nem sequer um pisca? O bicho de certeza que pensou que ainda estava em Agosto! E como está calor, nada melhor que um pudim fresquinho e pouco doce para a sobremesa. Já repeti a receita, que entrou para o rol de pudins cá de casa, para variar um bocadinho do pudim de laranja que é a única sobremesa que a minha mãe faz.
O meu pai é um espécime particular. Aos Domingos, a minha mãe pergunta-lhe sempre o que ele quer de sobremesa e ele acaba por escolher sempre aquela que não foi feita. Andou uns meses a pedir pudim quando o que havia era salada de fruta, e agora saiu-se com uma nova: "há mousse de chocolate?". Fez-se pudim e agora vai ter que se fazer a mousse para calar o homem. Até tenho medo do pedido seguinte :)

Ingredientes:
60 g de sêmola
0,5 l de leite
1 casca de limão
200 g de açúcar
4 ovos
2 colheres (sopa) de caramelo

Para o caramelo:
150 g de açúcar

Preparação:
Com os 150 g de açúcar, prepare o caramelo e forre com ele uma forma de pudim.
Num tachinho, misture a sêmola com o leite e a casca de limão e leve ao lume a ferver; depois retire e deixe arrefecer.
Quando a mistura estiver fria, junte-lhe o açúcar, os ovos e o caramelo. Misture bem sem bater e passe tudo por um coador.
Deite o preparado na forma e leve a cozer em banho-maria, cerca de 50 minutos, em forno a 160ºC.
Verifique se o pudim está cozido antes de o retirar do forno e desenforme-o só depois de frio.

Notas:
Diminuí a quantidade de açúcar do pudim, usei 180 g. Podem usar caramelo de compra. Usei sêmola de milho.
Cozi o pudim na panela de pressão por cerca de 20-25 minutos.
Receita retirada da Tele Culinária nº 1192 de 2002.

domingo, 11 de setembro de 2011

Courgette com limão e tomilho


Acho que o próximo livrinho que tem que entrar na minha lista é o What will i do with all those courgettes?, porque no próximo ano eu conto ter tantas courgettes como tive este ano, e uma pessoa tem que variar :)
Grave é a época já ter terminado este ano e eu ainda ter umas quantas receitas feitas, sendo que este acompanhamento não é a minha última sugestão. É a loucura, eu sei, mas parece ser uma loucura saudável e partilho-a com quem tem a mesma paixão que eu por estes legumes que, na realidade, são frutos.
Fica aqui um acompanhamento simples mas cheio de sabor a Verão, para queimar os últimos cartuchos do calor e servir no último churrasco ;)

Ingredientes:
680 g de courgette
2 colheres (sopa) + 2 colheres (chá) de azeite
sal e pimenta moída
1 colher (sopa) de sumo de limão
1 colher (chá) de tomilho fresco

Preparação:
Corte a courgette em pedaços grandes. Numa frigideira aqueça o azeite em lume médio-alto. Adicione a courgette e mexa. Tempere com sal e pimenta e cozinhe até ficar dourada, cerca de 4 minutos. Coloque numa travessa de servir e adicione o sumo de limão e as folhas de tomilho.

Notas:
Receita retirada do site da Martha Stewart.
Substituí a pimenta moída por pimenta de espelta e o tomilho fresco por tomilho sal-puro Ervas da Zoé.

Bom Domingo!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Barritas

Barritas

Regresso às aulas, ao trabalho, regresso à rotina, ao stress diário, aos patrões possuídos, aos intervalos demasiado curtos, aos lanches que quase não chegam ao estômago de tanta pressa em comer para ainda ter tempo de ir à casinha fazer um xixi. Esta vida é uma seca cinco dias por semana :)
Sejam vocês adolescentes esfomeados, jovens académicos, donas de casa, senhoras trabalhadeiras ou dótores com a mania das grandezas, não deixem de ter uma barrita de cereais para acalmar o estômago a meio da manhã ou da tarde. Pode salvar vidas ou, pelo menos, ajudar a passar os dias manhosos. É que o doce nunca amargou.

Ingredientes:
1 lata de leite condensado
250 g de flocos de aveia
75 g de coco ralado
100 g de arandos secos
125 g de sementes variadas (papoila, gergelim, girassol, abóbora, etc)
125 g de amendoins sem sal

Preparação:
Pré-aqueça o forno a  130 ºC e unte uma forma de 23x33x4 cm, ou use uma forma descartável.
Aqueça o leite condensado numa caçarola.
Entretanto, misture todos os outros ingredientes e junte-os ao leite condensado, usando uma espátula de borracha ou de madeira para misturar e distribuir.
Espalhe a mistura na forma e calque com a espátula ou com as mãos (usando luvas de vinil descartáveis para impedir que se cole aos dedos), para uniformizar a superfície.
Coza durante 1 hora, retire do forno e, cerca de 15 minutos mais tarde, corte em quatro na vertical e em quatro na horizontal, para fazer 16 barras compactas. Deixe arrefecer completamente.

Notas:
Receita retirada do livro "Na cozinha com a Nigella".
São super fáceis de fazer e rendem bastante. Das vezes que fiz obtive mais que 16 barras, mas depende também do tamanho em que são cortadas.
Guarde as barritas numa lata, aguentam-se durante alguns dias.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sorvete de limão


Nos dias de muito calor saía de casa como se fosse muçulmana. A tez branca e os olhos sensíveis não lhe permitiam andar desprotegida. Besuntava-se de protector solar e cobria os cabelos com uma écharpe que combinava com o resto da vestimenta. A aldeia onde tinha sido parida era demasiado pequena, estava parada no tempo. Às vezes, ela sentia-se muito velha e os únicos sinais de modernidade eram o mp4 que levava sempre consigo, os óculos de sol e os cabelos assimétricos que iam escondidos. Passava pelas vizinhas e saudava-as com simpatia. Riram-se dela a primeira vez que saiu à rua assim, quase uma muçulmana, ainda com a face e a franja visível. Ela gostou, fez daquilo um hábito. Era a maneira de se tornar distinta dos demais. Antes isso que passar despercebida! - pensou ironicamente. Havia sempre alguém que criticava, uma vizinha sem nada para fazer que levava os trapos para lavar no tanque comunitário, ou uma velhota quase adormecida no parapeito da varanda a ver o mundo passar. Riam alto e comentavam sem pudor aquele atrevimento. De vez em quando, fervia por se sentir um alvo vivo em movimento. Depois passava, e ria por dentro contra a amargura direccionada sentindo a alegria de ser genuína.

Ingredientes:
2 limões orgânicos
1/2 chávena de açúcar
1/2 chávena de sumo de limão
2 chávenas de half-and-half
1 pitada de sal
limoncello (opcional)

Preparação:
Raspe a casca dos limões. Adicione o açúcar e junte tudo no liquidificador pulsando até obter uma mistura bem fina. Junte o sumo de limão e bata até se dissolver completamente. Adicione o half-and-half, o sal e bata bem. Deixe a mistura gelar, junte o licor e leve à sorveteira.

Notas:
Half-and-half é um produto constituído por metade natas e metade leite. Fiz a mistura em casa juntando uma chávena de natas e uma de leite.
Para quem não tem sorveteira, leve ao congelador e bata de hora a hora para quebrar os cristais de gelo.
Receita retirada do Chucrute com Salsicha.

Bom fim de semana :)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Salada marinada de courgette e alcachofra


O Verão foi-se e já é Setembro. A única réstea da estação é um louva-a-Deus que resolveu pendurar-se na minha janela. Não sinto sequer a frescura do dia, porque abrir a janela está fora de questão e matar o bichinho também não faz parte dos meus malévolos planos :) O único plano que tenho para já, é bombardear o blog com as últimas receitas de courgettes e, ao ver o ficheiro das fotos, reparei que ainda restam algumas sugestões. Aqui vai uma delas, que lembra os dias longos e quentes da estação que se despede.

Ingredientes:
4-5 courgettes pequenas
1 frasco de corações de alcachofras, drenadas
1 frasco de azeitonas, drenadas
1 pimento vermelho ou verde, cortado em pedacinhos
1 cebola vermelha, picada

Molho:
1 chávena de azeite e vinagre
sumo de 1/2 limão
1/4 chávena de parmesão
1 colher (sopa) de manjericão seco ou 3 colheres (sopa) de manjericão fresco
1 colher (chá) de oregãos secos
queijo parmesão q.b.

Preparação:
Corte as courgettes em quartos (se forem grandes, retire as sementes e a maior parte da parte branca). Leve a cozer ao vapor até estarem tenras, cerca de 3 minutos, escorra muito bem.
Abra as azeitonas, alcachofras e coloque-as num coador para que drene bem. Corte os pimentos e a cebola em pedacinhos pequenos. Combine a courgette, azeitonas, alcachofras e pimento num recipiente. Coloque um pouco do molho por cima, até cobrir os legumes e mexa gentilmente.
Deixe a marinar no frigorífico por 4-8 horas. Se puder, mexa de vez em quando para envolver o molho. Antes de servir, mexa e adicione mais um pouco do molho. Sirva com mais parmesão.
Para o molho é só misturar bem todos os ingredientes.

Notas:
Receita retirada do blog Kalyn's Kitchen.
A autora refere um tempero já pronto de azeite e vinagre, eu fiz a minha mistura em casa e usei menos de 1 chávena.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Doce de figo


Há falta de Moscatel e de estórias, porque não se pode ter tudo na vida quando apetece. Mas o bom português arranja sempre maneira de dar uma voltinha à questão. Acho que é por isso que o país está enterrado em dívidas até à ponta dos cabelos. Mas chorar não vale a pena e prá frente é que é caminho. Um dos melhores vinhos do mundo não há-de estragar nenhuma compota, e à semelhança da do ano passado, fiz uns quantos frascos de compota aromatizada de canela e vinho do Porto. Baseada na compota da Margarida adocei os meus dias com os pingo de mel que colhi empoleirada nos ramos frágeis de duas figueiras carregadinhas. Depois de um bolo e de me empanturrar com figos frescos, só resta a compota para saborear devagar nos próximos tempos. 

Ingredientes:
500 g de figos maduros
200 g de açúcar
0,5 dl de Moscatel de Setúbal
1 pau de canela

Preparação:
Pelar os figos e triturá-los grosseiramente. Colocá-los numa panela com o açúcar, o vinho, o pau de canela e levar a lume brando durante 30-40 minutos até obter a consistência desejada. Não esquecer de ir mexendo ocasionalmente com uma colher de pau.
Guarde o doce em frascos esterilizados (escaldados em água a ferver) e secos, enchendo-os até 1 cm dos bordos. Limpe o excesso que possa cair na boca do frasco, enrosque a tampa e vire-os imediatamente de boca para baixo até o doce arrefecer.

sábado, 27 de agosto de 2011

Bolo turco de figos frescos


As manhãs começavam lentas e barulhentas com os gatos a esgaravatarem a porta do quarto em busca da ração diária. A vida sem animais de estimação fazia tão pouco sentido que, num só gesto, adoptou quem mais precisou dela. Dois gatos velhos, abandonados e tristes, caíram-lhe nas mãos e no coração. Ela sabia que o amor que lhes tinha não era igual ao que eles deixavam notar. Gatos crescidos são ainda mais desconfiados e matreiros a escolher o dono. Eles pouca escolha tiveram, era aquele casarão grande e quase vazio ou o gatil de onde vieram. Tinha sido uma escolha fácil. Tanto canto para cheirar, e cheirava bem naquela casa... principalmente quando ela insistia em colocar aquelas jarras de natureza viva em cima da mesa. O acesso ao jardim estava vedado, demasiado perigoso para uns gatos surdos e debilitados. O mundo lá fora era uma selva, e eles estavam domesticados há tanto tempo que nem se lembravam de como era antes. Nesta idade já só queriam esquecer, comer e preguiçar nos tapetes persas. Tapetes de elite, eles podiam ser persas mas não, eram apenas gatos comuns de uma dona incomum. E por isso, eram ainda mais valiosos.

Ingredientes:
4 ovos, separados
1/2 chávena de açúcar
3 colheres (sopa) de farinha, peneirada
1 1/2 chávena de iogurte grego
raspa e sumo de 1 limão
1 1/2 colher (chá) água de flor de laranjeira 
4 figos frescos, em metades


Preparação:
Pré-aqueça o forno a 180ºC. Numa tigela bata as gemas com o açúcar até ficar cremoso e leve. Adicione a farinha e envolva. Junte o iogurte, raspa e o sumo de limão mexendo até combinar. Adicione a água de flor de laranjeira. Bata as claras em castelo e envolva gentilmente à massa, usando uma espátula. Unte uma forma de 18 cm de diâmetro com manteiga. Coloque a massa na forma e as fatias de figo por cima. Leve ao forno por 50 minutos ou até o topo ficar dourado. Deixe arrefecer antes de servir.

Notas:
Não usei água de flor de laranjeira.
É sugerida uma forma de 22 cm de diâmetro mas achei demasiado grande e acabei por confirmá-lo.
Os primeiros figos que coloquei, afundaram na massa. Deixei o bolo assar mais um pouco e voltei a colocar mais 4 figos em metades.
Embora pareça "enqueijado" a massa fica húmida e leve.
Receita retirada do blog My life love food.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cogumelos com molho de soja

Queria saber porque é que o mar lhe falava assim, sempre bruto e zangado! Não tinha lá deixado nada que não lhe pertencesse. Dizem que o mar devolve sempre aquilo que não é seu. No entanto, nem sequer tinha pescadores na família, quanto mais marinheiros de água salgada! Nunca tinha navegado, atravessou uma vez o rio, viu a outra margem e voltou a casa. Peixe não fazia parte da sua dieta, odiava tudo que viesse do mar. Por instantes, chegou a pensar que também ele tinha nascido enquanto a maré estava baixa, filho de uma lapa e um caranguejo.
O mar do norte é sempre assim, nasceu chateado com o mundo, frio como neve, áspero como lixa, sujo como a sarjeta. Nem a areia escapa ao sinal dos dias, mais parecia um pó imundo que insistia em colar-se aos pés. Aquela espuma amarelada parecia saliva no canto dos lábios quando alguém discursa nervoso. O mar fala, ele bem tenta dizer alguma coisa mas nem todos o compreendem. Saber ouvir é um dom e, enquanto se sentava defronte a apanhar aquela ventania que fustigava os cabelos gastos, ele também ia falando com o mar. Contavam um ao outro aquela amargura que os enrolava como ondas por dentro. 

Ingredientes:
225 g de cogumelos fatiados
2 dentes de alho
2 colheres (sopa) de manteiga
2 colheres (sopa) de molho de soja escuro

Preparação:
Derreta a manteiga numa frigideira em lume médio e adicione os cogumelos; cozinhe até que fiquem amolecidos (cerca de 5 minutos). Junte os dentes de alho picados e cozinhe por mais um minuto. Adicione o molho de soja e cozinhe até que o líquido tenha evaporado (cerca de 4 minutos). Sirva.

Receita retirada do blog Pip & Ebby.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Melancia marinada numa estória


Entrou acompanhado da esposa e do filho no que era o novo hospital. Tinham-lhe dito que a próxima consulta já seria nas novas instalações. Mas ele não esperava um edifício daquela dimensão! Teve que percorrer uma estradinha em paralelo até alcançar a entrada principal. Quando entrou, sentiu que aquilo era tudo menos um hospital. Tinha até um cabeleireiro no piso térreo. Imaginem só, um cabeleireiro num hospital! Acolheu-o um ambiente tão pacífico, tão amplo e limpo que mais parecia um shopping. Sim, de repente achou que era fim de semana e tinha sido arrastado pela esposa para ver as montras. Antes fosse! - pensou e suspirou nervoso.
O pior de tudo é a espera, sentar e aguardar que a menina chame. Na salinha, sentada na fila da frente, uma freira - denunciada pelo hábito - de livro aberto mas a piscar o olho para a televisão. Na fila de trás uma jovem lia pacificamente A Sentinela. Sem dúvida - pensou - Deus está aqui! Ele queria mesmo ser salvo, bastou a aflição da operação, a incerteza do futuro, o desnorte e as lágrimas. Da pior maneira tinha percebido que os homens também choram e não é pouco! Com ternura abraçava o filho ainda pequeno, senti-lo agarrado a si era o que tinha de melhor, isso e o resto da vida pela frente. Fora marcado para sempre e as duas cicatrizes na cabeça faziam-lhe lembrar disso todos os dias. Todos os dias era mais do que suficiente para abraçar os seus e para recuperar o tempo perdido. Daqui prá frente, ele sabia que todos os segundos contavam e ele fazia conta de os registar. Queria saborear tudo, incluindo o palato que Deus o fez recuperar através das mãos do senhor doutor :)

Ingredientes:
1 melancia
3 laranjas
canela em pó q.b.
1 ramo de hortelã pimenta
1 pau de canela

Preparação:
Corte a melancia e, com colher apropriada, retire-lhe a polpa em pequenas bolas. Coloque-as numa taça.
Esprema o sumo às laranjas.
Polvilhe com canela as bolinhas de melancia e junte-lhes o sumo das laranjas, o pau de canela e o ramo de hortelã.
Leve ao frigorífico e deixe repousar durante 30 minutos. Sirva assim com o sumo.



Notas:
Podem fazer com menos melancia, diminuindo a quantidade de sumo de laranja.
A colher que usei é a colher parisiense.
Receita retirada da Tele Culinária nº 1176, Setembro de 2001.

Bom fim de semana!