A primeira vez que comi tofu não achei grande piada. Na altura da faculdade quando queríamos ir jantar ou almoçar fora acabavamos nas cantinas amarelas que serviam comida vegetariana. O dinheiro dos estudantes não dá para grandes jantaradas. O tofu era pálido e parecia borracha, não apreciei. Mas resolvi dar-lhe uma segunda oportunidade;)
Tudo depende dos dias e das horas... Depende de todas as condicionantes da vida... E são muitas... Mas tem sempre uma pitada de canela moída...
sábado, 30 de agosto de 2008
Tofu com molho de limão
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Camarão à Moçambique
Numa onda de intercâmbio porque eu agora não quero outra coisa ;)
Tem bom aspecto ou não? Ficam assim... como hei-de explicar?... deliciosos, maravilhosos, fantásticos!!!
Pudera! Depois de terem que me ouvir de faca na mão, não podia resultar noutra coisa ;)
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Bolo de fubá cremoso
Ninguém tem dúvidas que Portugal foi colonizado pelas novelas brasileiras, não é?
Pois é! E a gastronomia está, muitas vezes, presente nas almoçaradas e jantaradas das novelas. Quem nunca viu uma cena com bolo de fubá? Só quem não vê novelas!
Para ser sincera, eu adoraria uma mesa farta de pequeno almoço como se vê em algumas novelas. Com muito bolo de fubá e muita fruta tropical ;)
Então, quando eu vi a fotografia deste bolo de fubá cremoso, eu pasmei! Retirei a receita e fiz... foram muitas novelas a desejar comer uma fatia de bolo de fubá. E vocês perguntam: mas por que raio nunca fiz bolo de fubá? Pelo simples facto de não encontrar farinha de fubá por cá.
Em conversa com a minha sempre parceira, falei no desejo de comer bolo de fubá. Pesquisei sobre o fubá. Disse à parceira que a coisa mais próxima que tinha era a farinha de milho fina. E ela deu-me luz verde para eu prosseguir, porque ela é que sabe das coisas típicas brasileiras. Nela eu confio ;)
E vai daí peguei na farinha e fiz bolo de fubá cremoso que é bem mais pomposo ;) O bolo normal ainda não experimentei, mas este cremoso é super delicioso. Só durou umas horas... comemos quente e frio, com erva-doce e sem erva-doce e já estou bem mais brasileira ;) Não ficou tão lindo como o da Letrícia porque fiz numa forma rectangular de inox enorme, ficou bem mais baixinho, mas acredito que seja tão delicioso quanto o dela :) A base fica mais dura e o topo fica super cremoso e mole.
Mais um intercâmbio bem sucedido!
Ingredientes:
2 colheres (sopa) de manteiga
4 chávenas (chá) de leite
4 ovos inteiros
2 chávenas de açúcar (usei 1 ½)
2 chávenas (chá) de fubá (farinha de milho fina)
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
2 colheres (sopa) de amido de milho (maizena)
50 g de queijo ralado
1 pitada de sal (não pus)
1 colher (sopa) bem cheia de fermento em pó
Sementes de erva-doce (opcional – eu usei e gostei)
Preparação:
Preaqueça o forno a 200ºC. Unte uma assadeira de bom tamanho. Bata no liquidificador (usei a varinha mágica) todos os ingredientes (menos a erva-doce, o queijo ralado e o fermento). Quando a mistura estiver homogênea, acrescente o queijo e bata mais um pouco. Por fim, acrescente o fermento e a erva-doce e misture com uma colher só para incorporá-los (eu só coloquei a erva doce por cima quando o preparado já estava na assadeira). Despeje o líquido na assadeira e leve ao forno até que a superfície do bolo fique dourada.
sábado, 23 de agosto de 2008
O meu coração está cheio!
Aproveito para partilhar com os visitantes que a Academia dos Livros saiu do forno e podem lá encontrar todas as sugestões literárias.
Agradecemos que as próximas blogueiras enviem o link ou o texto da sugestão para este e-mail.
Bom fim de semana... com muito carinho ;)
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Javali estufado
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Polenta Doce
Preparação:
Leve ao lume o leite com o açúcar e uma casquinha de limão. Deixe ferver e retire a casquinha de limão. Junte a farinha de milho, em chuva, a pouco e pouco e mexendo sempre (passei a varinha mágica porque ficou com grumos). Deixe cozer sobre lume brando, sem parar de mexer, durante cerca de 30 minutos (cansei-me a meio, só mexi 15 minutos porque não sou nenhuma máquina). Retire do calor e deixe arrefecer, mexendo de vez em quando. Quando estiver quase fria, adicione o ovo inteiro, as gemas, a margarina em bocadinhos e a raspa da casca dos limões. Misture bem e deite a massa preparada numa forma redonda, previamente untada com margarina e polvilhada com pão ralado. Coza em forno moderado (180 °C) durante cerca de 20 minutos. Desenforme sobre o prato de serviço e polvilhe com açúcar em pó. Sirva de imediato.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Intercâmbio culinário - Arroz com suã
Pois é, mais uma vez participo do desafio de intercâmbio culinário. Depois da partilha que tive com a Nana, fiquei logo a pensar em qual seria a minha proxima vítima ;)
Entretanto, quando publiquei a história da Vaca Atolada, recebi um mail de uma menina que vive no Brasil e que descobriu o meu blog através do blog Manga com Pimenta da minha sempre parceira Nana.
Deixo-vos a receita e as fotos de mais uma delícia Brasileira ;) Espero que gostem e que façam.
Arroz com suã
A Samara aconselhou: Se gostar pode colocar uma colher de sopa de colorau na hora que estiver murchando a cebola para ficar mais vermelhinho, e uma pitada de pimenta malagueta. Fica muito bom também! Eu não coloquei nada disto e arrependi-me. Para a próxima ponho o colorau/paprika para dar uma cor mais bonita ao arroz. Sobraram alguns ossos de suã e na refeição seguinte peguei neles e coloquei no forno a dourar e comemos assim ;) Nada se perde na cozinha... aproveitem o intercâmbio para aprender de que massa se fazem as cozinhas do Mundo :)
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Sexy Thing com Björk e Antony
The Dull Flame of Desire
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Melão com limão e hortelã
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Comunicação Literária
Para quem gosta e tem interesse pela literatura não deixem de visitar as sugestões das sócias desta Academia de Livros.
Temos as novas publicações da Alice, Vague, Márcia, Anna e a Joana.
Em breve teremos mais, após o tempo de edição necessário das blogueiras :)
A todas as pessoas que já participaram, agradeço imenso as excelentes escolhas.
Participem e desafiem-nos, porque ler é preciso!
Boa semana a quem visita esta Canela Moída ;)
sábado, 9 de agosto de 2008
Peru com grão em molho verde
Pois é, o Verão anda muito tímido mas, de quando em quando, vem umas ondas de calorzinho que temos que aproveitar. É nessas alturas que surgem umas comidas mornas/frias para comer com todo o vagar que o calor convida. Sinto-me tãoooo Alentejana quando a temperatura sobe :) Não me apetece fazer nada e até me custa cozinhar.
Assim, peguei num frasco de grão cozido e escaldei-o em água quente. Entretanto grelhei uns bifinhos de perú, previamente regados com sumo de limão, alho e sal. Deixei o grão arrefecer e coloquei os bifinhos por cima. Fiz o molho com azeite, cebola, pimenta, sal, salsa e uma colher de mostarda. Misturei bem e espalhei por cima da carne e do grão.
O Verão quer-se simples, vagaroso e descansado :)
Em representação dos habitantes desta casa o Matias deseja aos visitantes um óptimo fim de semana :)
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Pudim de café
Num dos blogs mais saborosos da net encontrei este pudim de café. A minha mãe disse-me que, há muitos anos, tinha comido um pudim de café delicioso. Mas pediu a receita e foi negada. Que interesse têm as pessoas de não darem uma receita a quem tanto gostou de a comer? Se é suposto não darem qualquer informação de forma a que o cliente volte mais vezes... então muitos têm azar. A minha mãe não voltou a comer desse pudim. Isto até dava um filme do Indiana Jones - À procura da receita de pudim fechado a sete chaves :)
Não entendo e ainda bem que na net consigo encontrar coisas deliciosas e há muitas blogueiras dispostas a partilhar determinadas maravilhas.
Acho que não ficou como o que a minha mãe tinha comido, mas ficou um pudim muito leve, com um delicioso gosto a café, nada doce e isso é mau porque não enjoa e terminamos de o comer muito rápido. O meu não ficou tão lindo porque o café foi mesmo bem diluído, mas ficou muito comestível, para mal dos meus pecados... aiii a gula que me desgraça :)
Ingredientes:
1/2 litro de leite
1 lata de leite condensado
3 collheres (sopa) café solúvel
6 ovos
Misturei o leite condensado com os ovos inteiros.
Aqueci o leite (até começar a ferver) e juntei o café mexendo sempre até este se dissolver. Misturei este leite ao leite condensado e mexi muito bem até ficar um líquido homogéneo. Verti numa forma de pudim (convém ser das médias, das pequenas tive que utilizar duas) barrada com caramelo líquido (usei de compra) e fechei. Levei à panela de pressão (com àgua até 1/3 da forma) e deixei cozer por 10/15 minutos depois de começar a apitar.
Quem não tem panela de pressão ou para quem tem medo dela, podem levar ao forno em banho maria a 180º por 1 hora. E deliciem-se com este pudim maravilhoso :)
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Academia de livros- "A Espuma dos Dias" de Boris Vian
Nunca gostei de perder tempo. Na escola, os tempos livres eram passados a ler. Sempre que não tinha os amigos por perto, tinha um livro. Ir ao médico e ter que esperar sem fazer nada, viajar de comboio, esperar por alguém, sempre foi um tempo preenchido de leitura.
Para conhecer o homem também é preciso ouvi-lo. Deixo-vos um vídeo de uma música que me diz muito. Porque Vian via o absurdo da guerra e o destaque do capitalismo, fez o favor de denunciar em canção a sua visão do mundo e em particular da invasão da Argélia.
"Le Déserteur"
No prefácio desta espuma Vian refere que «Só existem duas coisas: o amor de todas as maneiras, com raparigas belas, e a música de Nova Orleães ou Duke Ellington. O resto deveria desaparecer, porque o resto é feio (...)»
O suficiente para inflamar alguns espíritos, hein? Vian é um provocador e eu adoro isso, politicamente incorrecto, frontal e sempre bem disposto :)
Como já tinha referido, escolhi uma trágica história de amor. Mas é uma história sublime, em nada igual a todas as outras que já leram. Vian usa o sarcasmo, o absurdo, a ironia e o bom humor para dar asas às histórias. É isso que o distingue de muitos outros.O livro de Vian que escolhi fala de um casal de apaixonados, cujo amor é intenso mesmo depois de uma tragédia. Colin fará de tudo por Chloé, porque "as paixões saem caro". No livro são muitas as incursões gastronómicas, como poderão ler nas citações.
O título que Vian deu a este livro diz tudo de nós, deu-lhe um significado sincero acerca da vida de todos nós e de todos os seus aspectos. No original, "l'Écume des Jours" traduzido para "A espuma dos dias". Fala do que constitui a espuma de todos os dias: os amigos, os amores, a culinária (Colin tem um cozinheiro particular- Nicolas), o trabalho, os excessos, as doenças, a morte e a vida na sua complexidade. Faz uma crítica ao exagero e a tudo que dele resulta. Porque o amor em excesso também enlouquece e transforma-nos em espuma.
Deixo-vos algumas passagens que me marcaram neste livro e espero que seja o suficiente para vos levar a ler uma história de Vian. Esta foi considerada a obra mais importante de Vian e nem sempre é possível adquirir bons livros por menos de 13€, não é?
Espero que sejam motivos suficientes para que leiam mais Vian :)
Colin é um rapaz abastado, tem um cozinheiro particular e um amigo chamado Chick. Tem um rato como animal de estimação e conhece Chloé. A partir daí um grande amor passa por uma grande provação e por muitas situações estranhas em cenários incríveis.
«-Este pâté de enguias é notável - disse Chick. - Quem te deu a ideia de o fazeres?
-Foi o Nicolas quem teve a ideia - disse Colin. - Há (ou antes, havia) uma enguia que aparecia todos os dias, saída do cano da água fria, e ele encontrava no laboratório.
-É curioso - disse Chick. - E por que é que isso acontecia?
-Punha a cabeça de fora e, fazendo pressão com os dentes, esvaziava o tubo de pasta dentrífica. Como Nicolas só usa pasta americana, de ananás, isso deve tê-la tentado.»
«Pendurado na parede que ficava à frente de Colin, via-se Jesus numa grande cruz negra. Parecia satisfeito por ter sido convidado e olhava para tudo com interesse.»
Colin «Ia a correr o mais que podia, e à sua frente as pessoas inclinavam-se lentamente para cair como mecos e ficar estendidas no passeio fazendo um marulhar macio, (...). Chloé repousava, muito branca naquela cama bonita que fora das suas núpcias. Tinha os olhos abertos mas respirava mal (...). Colin, porém, não sabia o que tinha acontecido e corria, sentia medo porque não basta estarmos sempre juntos, também é preciso sentir medo, talvez tivesse sido um acidente, um automóvel que a tivesse atropelado (...).»
«-O doutor quer que ela vá para a montanha - disse Colin. - Está convencido de que o frio consegue matar essa porcaria... (...)
-Também disse que é preciso termos constantemente flores à sua volta - acrescentou Colin.- Para meterem medo à outra...»
A passagem mais admirável para mim é quando Colin arranja um emprego em que tem que semear espingardas e fazê-las crescer direitinhas com o seu calor humano. Cínico e absurdo não é? Acima de tudo, muito inteligente :)
Deixo-vos apenas algumas frases do livro. Não posso contar tudo porque não seria justo para quem quiser ler. É suposto ser apenas uma "entrada" a aguçar o apetite.
Leiam porque como Elie Wiesel diz: "O inferno é um local sem livros"
Perdoem-me o "testamento" mas Vian merece ;)
domingo, 3 de agosto de 2008
Desafio literário e morangos com mel
Vejo-me sempre numa mesa redonda com os livros no colo e uma chávena de chá a aconchegar a alma no Inverno ou uma taça de morangos no Verão.
Lembro-me de ler desde que me conheço. Vivo rodeada de livros desde muito criança. Como já tinha dito, o meu pai sempre apostou nos livros como acesso ao conhecimento, à aprendizagem e ao desenvolvimento intelectual dos filhos. Eu não me canso de lhe agradecer este pormenor.
Mas ao nível da literatura de lazer, como lhe chamo, foi o meu irmão mais velho que me abriu as portas a um mundo novo.
A minha mãe diz que, quando entrei para a escola, passado uns meses já estava em frente à televisão a tentar ler as letras que passavam. Acho que vem daí a minha incapacidade matemática :)
Quando fui operada e tive que permanecer uns dias no hospital, pedi que me levassem Banda Desenhada. Tinha 9 anos e estava sozinha num sítio arrepiante. Não sei se foi essa experiência traumatizante que me levou a não apreciar BD. Nunca mais li, passei aos livros de aventuras que lia velozmente para passar ao seguinte e por aí em diante. Quem não leu "Uma Aventura" e "O clube das chaves"? Eu li quase todos :) E a partir daí passei a outra fase. O desenvolvimento é isso mesmo, certo? Nós crescemos e os livros crescem connosco, como companheiros inseparáveis.
Li sempre muito e aprendi muito a ler.
Mas, estou a divagar... A Cláudia apresentou uma ideia fantástica e convidou-me para participar. Não sei se alguma vez lhe disse que adoro ler, mas se não disse, ela acertou em cheio. Lançou um desafio literário em que, cada uma das desafiadas tem que "falar" do livro que está a ler ou de um livro que tenham lido e que queiram recomendar. Obrigada pelo convite Cláudia ;)
Eu leio muito, tenho sempre livros ao pé de mim. Mas há sempre uns que gostamos mais que outros. Há escritores que, conhecendo o estilo, sabemos que gostamos. Eu tenho alguns que, há muitos anos, já foram eleitos como bons e favoritos: John Steinbeck, Albert Camus, Irvine Welsh, Boris Vian, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, entre muitos outros.
Eu sou daquelas pessoas que gosta das tragédias e das surpresas até ao final. Não sou grande fã de romances choramingosos que, a meio do livro, já adivinhamos o fim. E gosto da estranheza das histórias e das personagens, dos desvios de conduta, da riqueza de carácter e da profundidade de quem participa do enredo.
Há muitos anos, quando o meu irmão se apercebeu que eu não era tão estúpida como ele imaginava e quando me viu a ler umas coisas, ofereceu-me um livro. Um livro maravilhoso e mágico. Onde podemos dar asas à imaginação e moldar os personagens como os sentimos e pensamos. Não deixa de ser um romance, é! Não deixa de ser uma bonita história de amor, é! Mas é uma tragédia de amor que exige demasiado aos protagonistas, a Colin e Chloé.