sábado, 30 de agosto de 2008

Tofu com molho de limão


A Akemi do Pecado da Gula organizou um evento para homenagear a imigração japonesa no Brasil.


Ela propôs um evento de receitas fazendo uso de ingredientes que vieram da culinária japonesa. Pode ser doce, salgado, prato típico japonês ou melhor ainda, uma fusão com culinárias de outros países! O evento está aberto aos blogueiros e leitores que costumam comentar com frequência no Pecado da Gula até ao final do mês de Agosto.


Deixei tudo para a última da hora, pensei até não participar. Nunca tinha experimentado fazer algo com produtos típicos japoneses. Aqui é díficil encontrar o que é necessário para fazer algo tipicamente asiático. Mas só precisava de ter um ingrediente oriental e quando comprei a revista "Cozinhar sem stress" (confesso que stressei um bocadinho enquento fazia a receita eh eh) vi esta receita simpática e resolvi homenagear a Akemi que sempre me recebeu bem e é super simpática :)

A primeira vez que comi tofu não achei grande piada. Na altura da faculdade quando queríamos ir jantar ou almoçar fora acabavamos nas cantinas amarelas que serviam comida vegetariana. O dinheiro dos estudantes não dá para grandes jantaradas. O tofu era pálido e parecia borracha, não apreciei. Mas resolvi dar-lhe uma segunda oportunidade;)


Akemi aqui vai a participação da Amiexa-chan* ;)




Ingredientes:

300gr de tofu

1 l de água

1 c. (sopa) de molho de soja

1 folha de louro

1 cebola

2 dentes de alho

1 c. (sopa) de margarina de soja (usei normal)

2 ovos

1 limão

1 raminho de hortelã

sal e pimenta q.b


Preparação:

Corte o tofu em fatias e coza-as, durante 20 minutos, na água temperada com sal, pimenta, o molho de soja e a folha de louro. Retire o tofu e conserve-o quente.

Pique a cebola, os alhos e refogue-os na margarina. Regue-os depois com o caldo anterior e deixe cozinhar até obter um molho cremoso.

Incorpore os ovos, previamente batidos com o sumo de limão. Leve ao lume, sem parar de mexer, até engrossar. Por fim, rectifique os temperos.

Disponha no fundo do prato o molho e, por cima, as fatias de tofu. Decore com o ramo de hortelã.

Servi com arroz integral cozido em água e sal.


Desta vez ficou bem melhor com este molho cítrico. Para quem não gosta de tofu, pode cozer uma massa e misturar este molho. Aposto que fica uma delícia!




Andei à procura dos meus chopsticks e, na hora da foto, esqueci-me deles ;)

Comi de faca e garfo...
* Não é erro, é mesmo Amiexa-chan. Piada privada entre Akemi e eu :)

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Camarão à Moçambique



Numa onda de intercâmbio porque eu agora não quero outra coisa ;)

A mesma pessoa que ofereceu a carne de javali, na semana seguinte, apareceu aqui com uma caixa enorme de camarões de moçambique. Os bixos são enormes! Não pensem que a pessoa também cria camarões caseiros e depois oferece (era bom era!). Ela tinha umas caixas na arca congeladora que já estavam quase a terminar prazo e, como sabe que eu gosto de cozinhar, achou que eu faria um bom petisco com os bichinhos.

Eu adoro tudo que seja camarões e pus-me logo a procurar algumas receitas para ver qual me agradava mais. Encontrei algumas que envolviam fritura e eu queria assado ou grelhado. Acabei por levá-los ao forno após uma sessão de intensa batalha para cortar os bichos ao meio. Sim, porque nesta casa usam-se facas mas as ditas não cortam nada para que, quem as manuseia não corte os dedos (a história tem fundamento, comprei uma faca o ano passado e cortei os dedos todos). Mas passei o tempo todo a dizer palavrões com sotaque do norte e tudo... é que os bichos picam e se a faca não corta ainda é pior.

Depois da sessão de quase porrada, dispus os "pequenos" numa assadeira de barro e preparei a pasta com que os barrei.

Como não encontrei uma receita que me agradasse plenamente, juntei várias indicações e fiz assim:


1 kg de camarão de moçambique

6 dentes de alho (isto é a gosto)

2 malaguetas secas (pode ser piri-piri)

sal q.b. (usar só se a margarina não tiver sal)

margarina q.b. (usei sem sal)

2 colheres sopa de Whisky

Sumo de limão q.b.



Preparação:

Abrem-se os camarões ao meio e retira-se a tripa preta que têm no dorso.

Num almofariz junta-se os alhos, as malaguetas (sem sementes) e o whisky. Esmaga-se tudo e junta-se a margarina criando uma pasta homogénea. Com esta pasta barram-se os camarões que já estão abertos no tabuleiro e rega-se com o sumo de limão. Vai ao forno por cerca de 20 minutos (convém verificar) e serve-se com batata frita/arroz e salada.



Tem bom aspecto ou não? Ficam assim... como hei-de explicar?... deliciosos, maravilhosos, fantásticos!!!

Pudera! Depois de terem que me ouvir de faca na mão, não podia resultar noutra coisa ;)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Bolo de fubá cremoso

Ninguém tem dúvidas que Portugal foi colonizado pelas novelas brasileiras, não é?

Pois é! E a gastronomia está, muitas vezes, presente nas almoçaradas e jantaradas das novelas. Quem nunca viu uma cena com bolo de fubá? Só quem não vê novelas!

Para ser sincera, eu adoraria uma mesa farta de pequeno almoço como se vê em algumas novelas. Com muito bolo de fubá e muita fruta tropical ;)

Então, quando eu vi a fotografia deste bolo de fubá cremoso, eu pasmei! Retirei a receita e fiz... foram muitas novelas a desejar comer uma fatia de bolo de fubá. E vocês perguntam: mas por que raio nunca fiz bolo de fubá? Pelo simples facto de não encontrar farinha de fubá por cá.

Em conversa com a minha sempre parceira, falei no desejo de comer bolo de fubá. Pesquisei sobre o fubá. Disse à parceira que a coisa mais próxima que tinha era a farinha de milho fina. E ela deu-me luz verde para eu prosseguir, porque ela é que sabe das coisas típicas brasileiras. Nela eu confio ;)

E vai daí peguei na farinha e fiz bolo de fubá cremoso que é bem mais pomposo ;) O bolo normal ainda não experimentei, mas este cremoso é super delicioso. Só durou umas horas... comemos quente e frio, com erva-doce e sem erva-doce e já estou bem mais brasileira ;) Não ficou tão lindo como o da Letrícia porque fiz numa forma rectangular de inox enorme, ficou bem mais baixinho, mas acredito que seja tão delicioso quanto o dela :) A base fica mais dura e o topo fica super cremoso e mole.

Mais um intercâmbio bem sucedido!



Ingredientes:

2 colheres (sopa) de manteiga

4 chávenas (chá) de leite

4 ovos inteiros

2 chávenas de açúcar (usei 1 ½)

2 chávenas (chá) de fubá (farinha de milho fina)

2 colheres (sopa) de farinha de trigo

2 colheres (sopa) de amido de milho (maizena)

50 g de queijo ralado

1 pitada de sal (não pus)

1 colher (sopa) bem cheia de fermento em pó

Sementes de erva-doce (opcional – eu usei e gostei)

Preparação:

Preaqueça o forno a 200ºC. Unte uma assadeira de bom tamanho. Bata no liquidificador (usei a varinha mágica) todos os ingredientes (menos a erva-doce, o queijo ralado e o fermento). Quando a mistura estiver homogênea, acrescente o queijo e bata mais um pouco. Por fim, acrescente o fermento e a erva-doce e misture com uma colher só para incorporá-los (eu só coloquei a erva doce por cima quando o preparado já estava na assadeira). Despeje o líquido na assadeira e leve ao forno até que a superfície do bolo fique dourada.

sábado, 23 de agosto de 2008

O meu coração está cheio!

O meu coração tem estado cheio... de alegria, de esperança, de generosidade, de confiança, de carinho, de simpatia, de amizade!

Porque nem sempre se consegue preencher o coração de uma pessoa com qualquer outro coração. Este tem um toque de bondade num gesto grandioso de partilha! Obrigada Noémia ;)




Aproveito para partilhar com os visitantes que a Academia dos Livros saiu do forno e podem lá encontrar todas as sugestões literárias.
Agradecemos que as próximas blogueiras enviem o link ou o texto da sugestão para este e-mail.



Já agora, para quem não sabe, temos novas receitas no Intercâmbio Culinário. Passem para ver as delícias do Brasil e de Portugal ;)



Bom fim de semana... com muito carinho ;)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Javali estufado



Não sei quantos de vocês conseguem encontrar carne de javali à venda. Eu nunca vi, nem sei se é possível encontrar. Certo é que há quem crie javalis em casa para depois comer.

Para estas coisas também é preciso ter conhecimentos e, já que não tenho cunha para mais nada, pelo menos tenho conhecimentos que me permitem comer uma carninha tenra de javali ;)

Não sei se já provaram, a primeira vez que comi foi numa feira de gastronomia e agradou-me. Mas gostei ainda mais de fazê-lo cá em casa desta forma.

O javali é o parente selvagem do porco... Na minha opinião ele é mais feio/menos bonito que o porco, será possível? Eh eh

Segundo a Wikipédia, javali era o prato preferido na aldeia gaulesa do Astérix e Obélix... esses sim é que eram uns porcos para comer... porcos a comer javali ;)

Eu não queria fazer javali assado... queria algo que ficasse menos seco. Não sei explicar a que sabe o javali... eu prefiro o sabor dele ao do porco. É uma carne mais escura e parece-me menos gorda. Então andei a fuçar/fossar porque se "Em Roma sê Romano" achei que com Javali tive que ser Javalina e fuçar também ;)

Nas minhas bíblias culinárias só encontrei no Livro do Pantagruel uma receita com javali, mas era para fritar e não costumo comer carne frita. Então fui ao site da Vaqueiro e encontrei o que se segue, depois fiz algumas modificações.


1 kg de javali

sal

pimenta (usei pimenta preta em grão)

1 cabeça de alhos

2 colheres de sopa de colorau/paprika

2,5 dl de vinho branco (usei vinho tinto)

4 cebolas

1 dl de azeite

50 g de margarina

1 colher de sopa de banha (cá em casa não entra banha, nem na barriga eh eh)

80 g de bacon

7 folhas de louro (sem o veio central)

1 cálice de conhaque (usei Whisky)

Preparação:

Corte o javali em bocados e tempere com sal, pimenta, meia cabeça de alhos, descascados e esmagados, o colorau e o vinho.

Misture bem a carne com todos os temperos, tape o recipiente e coloque-o no frigorífico durante 2 a 3 dias (deixei apenas 24 horas).

Durante esse tempo dê uma volta à carne de vez em quando.

Descasque as cebolas e os restantes dentes de alho e corte tudo em rodelas finas.

Num tacho grande de barro ou com o fundo espesso (usei um tacho comum), leve a refogar as cebolas e os alhos com o azeite, a margarina e a banha .

Junte o bacon cortado em bocadinhos e o louro e deixe alourar tudo sobre lume brando. Escorra o javali da marinada e deite-o no tacho.

Deixe a carne alourar de todos os lados. Regue com o conhaque e um pouco da marinada. Tape o tacho e deixe estufar sobre lume muito brando.

Vá acrescentando uns pingos de água quente de vez em quando para a carne não secar demasiado.

Acompanhei com arroz integral e batatas alouradas. Ficou assim... delicioso como dá para ver na foto. Dá não dá? Ás vezes as fotos não abrem quando clico nelas e não sei porquê.

Nota: Pode substituir o javali por pá ou perna de porco, limpa de ossos.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Polenta Doce




A história é a seguinte:

Tinha eu um pacote de leite quase a terminar o prazo e precisava de o usar para alguma coisa antes que se estragasse. Resolvi fazer uma pesquisa no site da Vaqueiro e encontrei algumas sobremesas. No entanto, a que mais me chamou a atenção foi esta Polenta Doce. Confesso que há alguns meses tinha comprado a farinha de milho para fazer polenta, mas acabei por não fazer. Esta foi uma boa oportunidade para experimentar uma espécie de Polenta.

Em conversa com a Nana, perguntei se ela conhecia Polenta Doce, ela é de descendência Italiana, pensei que ela soubesse que existia uma Polenta Doce :) Afinal, nunca tinha ouvido falar...

Mas a Nana disse-me que o primeiro evento do blog Quattro ragazze brasiliane nella cucina italiana seria dedicado à polenta. Então guardei para publicar quando saísse o desafio e aqui estou a apresentar uma Polenta que não tem história familiar nem é uma criação minha... surgiu porque um pacote de leite já estava a ficar desesperado na prateleira.

E é com muito prazer que participo do novo blog das quattro ragazze ;)




Ingredientes:

7,5 dl de leite

125 g de açúcar (achei que ficou pouco doce, para a próxima acrescento mais 25g)

2 limões

160 g de farinha de milho fina

1 ovo

4 gemas

70 g de margarina

pão ralado

açúcar em pó


Preparação:
Leve ao lume o leite com o açúcar e uma casquinha de limão. Deixe ferver e retire a casquinha de limão. Junte a farinha de milho, em chuva, a pouco e pouco e mexendo sempre (passei a varinha mágica porque ficou com grumos). Deixe cozer sobre lume brando, sem parar de mexer, durante cerca de 30 minutos (cansei-me a meio, só mexi 15 minutos porque não sou nenhuma máquina). Retire do calor e deixe arrefecer, mexendo de vez em quando. Quando estiver quase fria, adicione o ovo inteiro, as gemas, a margarina em bocadinhos e a raspa da casca dos limões. Misture bem e deite a massa preparada numa forma redonda, previamente untada com margarina e polvilhada com pão ralado. Coza em forno moderado (180 °C) durante cerca de 20 minutos. Desenforme sobre o prato de serviço e polvilhe com açúcar em pó. Sirva de imediato.


Eu gostei mais da polenta fria, mas morna também é boa ;)

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Intercâmbio culinário - Arroz com suã



Pois é, mais uma vez participo do desafio de intercâmbio culinário. Depois da partilha que tive com a Nana, fiquei logo a pensar em qual seria a minha proxima vítima ;)
Entretanto, quando publiquei a história da Vaca Atolada, recebi um mail de uma menina que vive no Brasil e que descobriu o meu blog através do blog Manga com Pimenta da minha sempre parceira Nana.

A Samara percebeu que eu adorei mandioca e mandou-me uma receita com foto de um prato típico Brasileiro e pediu uma receita Portuguesa em troca. Eu disse que enviava as receitas por mail e quem sabe, um dia, ela participaria deste intercâmbio. Ela respondeu que não tinha blog, teve mas não tinha mais. Eu disse que gostava de conhecer a cozinha dela e, quem sabe, participar com ela no intercâmbio. Ela decidiu reabrir a cozinha e ficou esclarecido que faríamos parceria em mais um intercâmbio culinário.

Depois de trocar muito mail decidi fazer arroz com suã. Eu só usei suã para colocar nas sopas e caldos. O arroz pareceu-me boa ideia. Então tratei de pedir no talho um osso de suã pouco rapado, ou seja, com carne agarrada à espinha para poder comer alguma coisa, não é?
Desta vez confesso que foi mais fácil fazer o intercâmbio. A carne já veio partida do talho e o arroz todos temos em casa. É uma receita simples que pode ser feita em pouco tempo. A carne da suã é tenra e o arroz cozinha em poucos minutos.

Espero que a Samara tenha gostado tanto quanto eu de participar neste intercâmbio fantástico.
Deixo-vos a receita e as fotos de mais uma delícia Brasileira ;) Espero que gostem e que façam.

Arroz com suã


Ingredientes:

2 Kg de suã (serrilho de porco, é a parte central da costela, peça para o açougueiro deixar bastante carne no osso) Usei 1kg porque eramos apenas três pessoas

1 cebola média picada

3 dentes de alho amassados

1 xícara/chávena de cheiro verde (usei apenas salsa)

Sal, pimenta e cominho q.b.

5 colheres de óleo (usei azeite)

2 a 3 xícaras/chávenas de arroz parbolizado lavado (usei 1 de arroz carolino)

Preparação:

Num refratário temperar a carne com o alho, o sal, a pimenta e os cominhos se quiser pode colocar o sumo de um limão (coloquei meio limão) e deixar a tomar gosto por 30 minutos (deixei a noite toda). Numa panela grande aqueça o óleo (azeite), coloque aos poucos os ossos para dourar, depois de tudo estar dourado acrescente a cebola e deixe murchar, vá adicionando água aos poucos para cozinhar a carne mais ou menos por uns 30 minutos, depois coloque o arroz e misture bem, cubra com água até ficar uns 3 dedos acima de tudo, caso necessário acrescente mais sal, depois do arroz estar cozido jogue o cheiro verde por cima de tudo e sirva quente com muita salada de acompanhamento.





A Samara aconselhou: Se gostar pode colocar uma colher de sopa de colorau na hora que estiver murchando a cebola para ficar mais vermelhinho, e uma pitada de pimenta malagueta. Fica muito bom também! Eu não coloquei nada disto e arrependi-me. Para a próxima ponho o colorau/paprika para dar uma cor mais bonita ao arroz. Sobraram alguns ossos de suã e na refeição seguinte peguei neles e coloquei no forno a dourar e comemos assim ;) Nada se perde na cozinha... aproveitem o intercâmbio para aprender de que massa se fazem as cozinhas do Mundo :)

Nota: A Noémia publicou a sugestão do desafio literário. Vão lá espreitar que não se vão arrepender :)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Sexy Thing com Björk e Antony

A Vague lançou um dos desafios mais sexys da blogosfera e eu aderi sem pensar duas vezes.
Qual é a música à qual associam sentimentos que vos fazem vibrar ou acender, incendiar, emocionar, mexer, alienar, sonhar, suspirar?
Pois eu tenho umas dezenas delas porque a música é uma das grandes roldanas que faz funcionar a minha vida.
Então, para começar escolhi uma de uma cantora que gosto de ouvir sempre.
Björk em dueto com Antony Hegarty, do albúm "Volta" de 2007. Infelizmente, já procurei em todo o lado mas acho que não há vídeo clip desta música. Ficam os melhores (da mesma música) que consegui arranjar ;) E a Björk, por mim, pode Volta(r) sempre ;)

The Dull Flame of Desire



Como tenho muitas outras músicas que me fazem vibrar, vou prosseguir com o desafio sempre que me apetecer. Não se admirem se alguns posts forem dedicados a outras artes ;)
Espero que gostem!
Podem ir ver mais músicas que inspiram os blogueiros no blog da Vague.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Melão com limão e hortelã


Confesso que não estou a ter muita sorte a escolher melões ou meloas este ano.

Fico cá com um "melão" quando me armo em chica esperta a fazer de conta que sei escolher.

É todo um ritual de apalpanços em tudo que é melão e meloa e depois chego a casa e sai cabaço.

Acho que em muitos rituais de acasalamento nas disco nights e etc., muitas vezes, o apalpanço também leva a certas desilusões ;)

E depois pensamos: Mas que raio é que vou fazer com este grande melão aqui à minha frente? Será que arranjo uma bela maneira de me livrar dele e de o conseguir comer sem ter que o deitar fora (digamos que esta parte é um bocadito pornográfica se pensarmos no "filme das discotecas")?

E lá fui eu pesquisar a essa grande gastropédia que é a Cozinhas do Mundo. Primeiro pensei fazer doce de melão, mas dá tanto trabalhinho e eu queria despachar o melão rapidinho. Então encontrei aqui a salvação do melão.

Como a blogueira faz questão de referir, isto não é uma receita, é um aproveitamento para não desperdiçar comida. E resulta maravilhosamente bem. Todos comemos e ninguém se queixou que o melão sabia a cabaço.

Repeti o processo com algumas meloas que se seguiram e aproveitei para usar a hortelã que tenho num canteiro.

Fica delicioso ;)


Preparação:

Cortar aos quadrados um melão ou meloa infeliz e regar com o sumo de um limão. Pôr açúcar ou adoçante a gosto e junte umas folhitas de hortelã picadas. Mexer e colocar no frigorífico durante umas horas. Servir bem frio.


Aí está a salvação de um melão!

Espreitem aqui mais uma publicação literária. É do nosso sócio masculino e tem um blog delicioso ;)
E já agora visitem este novo espaço de interacção e comunhão das artes e culturas. Está aberto a quem, de boa vontade, quiser integrar e participar. São bem vindos!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Comunicação Literária


Felizmente muitas pessoas têm vindo a aceitar o desafio de sugerir uma leitura agradável.
Para quem gosta e tem interesse pela literatura não deixem de visitar as sugestões das sócias desta Academia de Livros.
Temos as novas publicações da
Alice, Vague, Márcia, Anna e a Joana.
Em breve teremos mais, após o tempo de edição necessário das blogueiras :)
A todas as pessoas que já participaram, agradeço imenso as excelentes escolhas.
Participem e desafiem-nos, porque ler é preciso!
Boa semana a quem visita esta Canela Moída ;)

sábado, 9 de agosto de 2008

Peru com grão em molho verde


Pois é, o Verão anda muito tímido mas, de quando em quando, vem umas ondas de calorzinho que temos que aproveitar. É nessas alturas que surgem umas comidas mornas/frias para comer com todo o vagar que o calor convida. Sinto-me tãoooo Alentejana quando a temperatura sobe :) Não me apetece fazer nada e até me custa cozinhar.

Assim, peguei num frasco de grão cozido e escaldei-o em água quente. Entretanto grelhei uns bifinhos de perú, previamente regados com sumo de limão, alho e sal. Deixei o grão arrefecer e coloquei os bifinhos por cima. Fiz o molho com azeite, cebola, pimenta, sal, salsa e uma colher de mostarda. Misturei bem e espalhei por cima da carne e do grão.


O Verão quer-se simples, vagaroso e descansado :)



Em representação dos habitantes desta casa o Matias deseja aos visitantes um óptimo fim de semana :)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Pudim de café



Num dos blogs mais saborosos da net encontrei este pudim de café. A minha mãe disse-me que, há muitos anos, tinha comido um pudim de café delicioso. Mas pediu a receita e foi negada. Que interesse têm as pessoas de não darem uma receita a quem tanto gostou de a comer? Se é suposto não darem qualquer informação de forma a que o cliente volte mais vezes... então muitos têm azar. A minha mãe não voltou a comer desse pudim. Isto até dava um filme do Indiana Jones - À procura da receita de pudim fechado a sete chaves :)

Não entendo e ainda bem que na net consigo encontrar coisas deliciosas e há muitas blogueiras dispostas a partilhar determinadas maravilhas.

Acho que não ficou como o que a minha mãe tinha comido, mas ficou um pudim muito leve, com um delicioso gosto a café, nada doce e isso é mau porque não enjoa e terminamos de o comer muito rápido. O meu não ficou tão lindo porque o café foi mesmo bem diluído, mas ficou muito comestível, para mal dos meus pecados... aiii a gula que me desgraça :)


Ingredientes:

1/2 litro de leite

1 lata de leite condensado

3 collheres (sopa) café solúvel

6 ovos


Misturei o leite condensado com os ovos inteiros.

Aqueci o leite (até começar a ferver) e juntei o café mexendo sempre até este se dissolver. Misturei este leite ao leite condensado e mexi muito bem até ficar um líquido homogéneo. Verti numa forma de pudim (convém ser das médias, das pequenas tive que utilizar duas) barrada com caramelo líquido (usei de compra) e fechei. Levei à panela de pressão (com àgua até 1/3 da forma) e deixei cozer por 10/15 minutos depois de começar a apitar.

Quem não tem panela de pressão ou para quem tem medo dela, podem levar ao forno em banho maria a 180º por 1 hora. E deliciem-se com este pudim maravilhoso :)


E aproveito para vos convidar a participar no desafio literário da Academia das Letras. Como a Cláudia diz: aproveitem porque não se paga jóia nem mensalidade :)

Quem estiver interessado pode contactar-me para ameixinhaseca@gmail.com ou contactar a Cláudia que foi quem teve a ideia :)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Academia de livros- "A Espuma dos Dias" de Boris Vian

Nunca gostei de perder tempo. Na escola, os tempos livres eram passados a ler. Sempre que não tinha os amigos por perto, tinha um livro. Ir ao médico e ter que esperar sem fazer nada, viajar de comboio, esperar por alguém, sempre foi um tempo preenchido de leitura.

Boris Vian foi escritor, engenheiro, músico, poeta, cantor, actor, cronista e morreu prematuramente aos 39 anos numa sala de cinema enquanto assistia à adaptação para filme do seu livro "Hei-de cuspir-vos nos túmulos".

Para conhecer o homem também é preciso ouvi-lo. Deixo-vos um vídeo de uma música que me diz muito. Porque Vian via o absurdo da guerra e o destaque do capitalismo, fez o favor de denunciar em canção a sua visão do mundo e em particular da invasão da Argélia.




"Le Déserteur"

Não deixem de ler Vian. Quem conhece o "Arranca corações", "As formigas", "O Outono em Pequim", "Erva vermelha", "Elas não dão por ela", "Morte aos feios" e "Hei-de cuspir-vos nos túmulos" (estes três últimos sob pseudónimo de Vernon Sullivan), sabe que são leituras simplesmente fantásticas, que nos transportam para um mundo novo :) De todos estes falta-me ler "Erva Vermelha" e "Hei-de cuspir-vos nos túmulos", uma falha imperdoável.
Vian escreve muito acerca do amor e das mulheres. Creio que, para ele, só é possível encontrar mulheres bonitas ou mulheres inteligentes. Nunca a fusão desses dois pormenores :)
As mulheres inteligentes são bem capazes de aceitar esta característica em Vian. Há capacidade para ultrapassar essa "falha" dele e apreciar a sua escrita sem ficar ofendida, porque a inteligência é isso mesmo. Não podemos dissociá-lo da época em que viveu.

No prefácio desta espuma Vian refere que «Só existem duas coisas: o amor de todas as maneiras, com raparigas belas, e a música de Nova Orleães ou Duke Ellington. O resto deveria desaparecer, porque o resto é feio (...)»

O suficiente para inflamar alguns espíritos, hein? Vian é um provocador e eu adoro isso, politicamente incorrecto, frontal e sempre bem disposto :)

Como já tinha referido, escolhi uma trágica história de amor. Mas é uma história sublime, em nada igual a todas as outras que já leram. Vian usa o sarcasmo, o absurdo, a ironia e o bom humor para dar asas às histórias. É isso que o distingue de muitos outros.O livro de Vian que escolhi fala de um casal de apaixonados, cujo amor é intenso mesmo depois de uma tragédia. Colin fará de tudo por Chloé, porque "as paixões saem caro". No livro são muitas as incursões gastronómicas, como poderão ler nas citações.

O título que Vian deu a este livro diz tudo de nós, deu-lhe um significado sincero acerca da vida de todos nós e de todos os seus aspectos. No original, "l'Écume des Jours" traduzido para "A espuma dos dias". Fala do que constitui a espuma de todos os dias: os amigos, os amores, a culinária (Colin tem um cozinheiro particular- Nicolas), o trabalho, os excessos, as doenças, a morte e a vida na sua complexidade. Faz uma crítica ao exagero e a tudo que dele resulta. Porque o amor em excesso também enlouquece e transforma-nos em espuma.

Deixo-vos algumas passagens que me marcaram neste livro e espero que seja o suficiente para vos levar a ler uma história de Vian. Esta foi considerada a obra mais importante de Vian e nem sempre é possível adquirir bons livros por menos de 13€, não é?
Espero que sejam motivos suficientes para que leiam mais Vian :)

Colin é um rapaz abastado, tem um cozinheiro particular e um amigo chamado Chick. Tem um rato como animal de estimação e conhece Chloé. A partir daí um grande amor passa por uma grande provação e por muitas situações estranhas em cenários incríveis.

«-Este pâté de enguias é notável - disse Chick. - Quem te deu a ideia de o fazeres?
-Foi o Nicolas quem teve a ideia - disse Colin. - Há (ou antes, havia) uma enguia que aparecia todos os dias, saída do cano da água fria, e ele encontrava no laboratório.
-É curioso - disse Chick. - E por que é que isso acontecia?
-Punha a cabeça de fora e, fazendo pressão com os dentes, esvaziava o tubo de pasta dentrífica. Como Nicolas só usa pasta americana, de ananás, isso deve tê-la tentado.»


«Pendurado na parede que ficava à frente de Colin, via-se Jesus numa grande cruz negra. Parecia satisfeito por ter sido convidado e olhava para tudo com interesse.»


Colin «Ia a correr o mais que podia, e à sua frente as pessoas inclinavam-se lentamente para cair como mecos e ficar estendidas no passeio fazendo um marulhar macio, (...). Chloé repousava, muito branca naquela cama bonita que fora das suas núpcias. Tinha os olhos abertos mas respirava mal (...). Colin, porém, não sabia o que tinha acontecido e corria, sentia medo porque não basta estarmos sempre juntos, também é preciso sentir medo, talvez tivesse sido um acidente, um automóvel que a tivesse atropelado (...).»

«-O doutor quer que ela vá para a montanha - disse Colin. - Está convencido de que o frio consegue matar essa porcaria... (...)

-Também disse que é preciso termos constantemente flores à sua volta - acrescentou Colin.- Para meterem medo à outra...»

A passagem mais admirável para mim é quando Colin arranja um emprego em que tem que semear espingardas e fazê-las crescer direitinhas com o seu calor humano. Cínico e absurdo não é? Acima de tudo, muito inteligente :)

Deixo-vos apenas algumas frases do livro. Não posso contar tudo porque não seria justo para quem quiser ler. É suposto ser apenas uma "entrada" a aguçar o apetite.

Leiam porque como Elie Wiesel diz: "O inferno é um local sem livros"

Perdoem-me o "testamento" mas Vian merece ;)

domingo, 3 de agosto de 2008

Desafio literário e morangos com mel


Acalento um desejo antigo de pertencer a um clube de leitura. Gostava de reunir com um grupinho uma vez por mês para conversar acerca de livros, de autores, de frases, de interpretações, de vidas!

Vejo-me sempre numa mesa redonda com os livros no colo e uma chávena de chá a aconchegar a alma no Inverno ou uma taça de morangos no Verão.

Lembro-me de ler desde que me conheço. Vivo rodeada de livros desde muito criança. Como já tinha dito, o meu pai sempre apostou nos livros como acesso ao conhecimento, à aprendizagem e ao desenvolvimento intelectual dos filhos. Eu não me canso de lhe agradecer este pormenor.
Mas ao nível da literatura de lazer, como lhe chamo, foi o meu irmão mais velho que me abriu as portas a um mundo novo.

A minha mãe diz que, quando entrei para a escola, passado uns meses já estava em frente à televisão a tentar ler as letras que passavam. Acho que vem daí a minha incapacidade matemática :)

Quando fui operada e tive que permanecer uns dias no hospital, pedi que me levassem Banda Desenhada. Tinha 9 anos e estava sozinha num sítio arrepiante. Não sei se foi essa experiência traumatizante que me levou a não apreciar BD. Nunca mais li, passei aos livros de aventuras que lia velozmente para passar ao seguinte e por aí em diante. Quem não leu "Uma Aventura" e "O clube das chaves"? Eu li quase todos :) E a partir daí passei a outra fase. O desenvolvimento é isso mesmo, certo? Nós crescemos e os livros crescem connosco, como companheiros inseparáveis.
Li sempre muito e aprendi muito a ler.

Mas, estou a divagar... A Cláudia apresentou uma ideia fantástica e convidou-me para participar. Não sei se alguma vez lhe disse que adoro ler, mas se não disse, ela acertou em cheio. Lançou um desafio literário em que, cada uma das desafiadas tem que "falar" do livro que está a ler ou de um livro que tenham lido e que queiram recomendar. Obrigada pelo convite Cláudia ;)

Eu leio muito, tenho sempre livros ao pé de mim. Mas há sempre uns que gostamos mais que outros. Há escritores que, conhecendo o estilo, sabemos que gostamos. Eu tenho alguns que, há muitos anos, já foram eleitos como bons e favoritos: John Steinbeck, Albert Camus, Irvine Welsh, Boris Vian, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, entre muitos outros.

Eu sou daquelas pessoas que gosta das tragédias e das surpresas até ao final. Não sou grande fã de romances choramingosos que, a meio do livro, já adivinhamos o fim. E gosto da estranheza das histórias e das personagens, dos desvios de conduta, da riqueza de carácter e da profundidade de quem participa do enredo.

Há muitos anos, quando o meu irmão se apercebeu que eu não era tão estúpida como ele imaginava e quando me viu a ler umas coisas, ofereceu-me um livro. Um livro maravilhoso e mágico. Onde podemos dar asas à imaginação e moldar os personagens como os sentimos e pensamos. Não deixa de ser um romance, é! Não deixa de ser uma bonita história de amor, é! Mas é uma tragédia de amor que exige demasiado aos protagonistas, a Colin e Chloé.

Esta é apenas a primeira parte de um post demasiado longo... Quando dei por mim tinha divagado demais. Mas não vou cortar nada do que disse. Quando a Cláudia me convidou eu sabia que esta minha paixão pelos livros levar-me-ia a um post interminável e cansativo para quem lê. Decidi fazer isto por capitulos para não vos cansar :)

E como é um blog de culinária e o livro também faz muitas referências à gastronomia deixo-vos uma foto de uma sobremesa genial, saída de um livro também.


Morangos com mel, in O cozinheiro do Rei D. João VI

Mais simples e saboroso não há!


Abraços