Fica aqui o meu relato de um encontro fantástico na maravilhosa cidade do Porto! Uma versão tragicómica e, nalguns aspectos, bem exagerada. Se conhecerem as músicas do Veloso e do Paião, torna-se mais fácil de entender. É sempre difícil perceber o que se passou, principalmente para quem lá não esteve. Por isso, este relato é essencialmente dedicado às gajas boas que estiveram presentes! Espero que, de alguma forma, seja um incentivo para que muitas outras estejam presentes nos próximos encontros! Espero também que gostem :)
Eu queria saber
Fazer versos, rimas
Para um dia escrever
Como pessoas finas
Que me dera fazer poesia
Inspirada na nossa reunião
Inventar socos, tiros, agonia
O amor ao Dragão
Mas eu não sou poeta, não
Não sou poeta
Nunca fui uma grande sofredora
Eu não sou poeta, não
Não sou poeta
Sou é uma grande amadora.
Mas se eu fosse poeta dotada
Ou se ao menos julgasse que sim
Falaria com voz afectada
Só faria versos eruditos
E se os ditos ninguém entendesse
Rematava pontapés bonitos
Pra quem desse e viesse.
Eu não sou poeta, não
Não sou poeta
Por isso vou escrever em prosa
Eu não sou poeta, não
Não sou poeta
Vai sair uma coisa bem manhosa :)
Aqui vai, apertem os cintos!
Não há duas sem três
Não há duas sem três
Porque três foi a conta que Deus fez
E se a conta está pronta venham duas vezes três (para quem não sabe, dá seis e nós eramos seis na Invicta!)
Atenção, leiam com dramatismo!
Três nortenhas e três mouras, na Invicta encontraram-se! Viviam-se épocas tumultuosas, crises económicas, sociais, morais e, para alguns, crises epilécticas* :)
Era necessário um acordo entre partes ou o reino corria risco de ser vendido ao preço da banana e, quiçá, ao preço do pau de mandioca.
Temia-se que virasse província Angolana e aí, meus amigos leitores, ninguém poderia fugir ao pau, ao óleo de palma, à moamba, ao Angolano :)
Reuniram-se as duas nortenhas,
Noémia e Ameixa, à espera da terceira mosqueteira com o Oceanus Atlanticus ali à esquina e, para reunir o batalhão eis que se junta a nós a
Conceição!
Começamos a preparar as armas, afiar as espadas, esfregar as palmas das mãos com ansiedade, prontas a receber as tropas invasoras!
Lá vinham elas,
Cenourita,
Cláudia e
Isabel! Sorridentes, saídas do quartel, pensavam que já tinham ganho a batalha mas a guerra estava para vir. Beijo dum lado, beijo do outro, toma lá mais um abraço, não digas que vais daqui nem que és raínha do pedaço ;)
Foi o descalabro, o horror, muito riso à mistura, quase terminava tudo ali. Mas eis que, o relógio sugeriu o almoço e não dá para travar guerras de barriga vazia. Seguimos para o farnel. Passamos semáforos maduros e outros verdes. Iam-se perdendo soldadas atropeladas não fosse a solidariedade das companheiras! Uma missão arriscada mas não impossível, chegamos todas ao destino!
Pedimos Francesinhas!
Isto um dia não são dias.
Veio água e cerveja geladinhas,
Para levantar da mesa é que foi um ver se te havias.
Sobre nós vivia um ar condicionado
Mas o bicho já sofria atormentado
Lá lhe dava um ataque e a baba a cair
A Isabel e a Cláudia não tiveram como fugir.
Ali levaram um banho de pingas fresquinhas
O dia estava quente e soube bem às maninhas :)
Entretanto chega a hora
da Conceição se despedir.
O trabalho chamava por ela
e da guerra acabou por sair.
A tropa nortenha ficou com menos um membro mas, nem por isso menos capaz de tomar conta das mouranas.
Eis que a coisa se equilibra quando a Cenourita tem que ir ao consultório do dentista. Diz que ela é bruxista e com ela não queremos nada. É deixá-la ir :)
Duas mouras para duas tripeiras, agora é que vão ver o que é bonito!
A cidade é tão bonita
Quando vamos de visita
Bebe-se a brisa marinha
E aprecia-se a viagem.
Mais tarde, juntou-se a ausente, já recuperada e quando olhamos para ela soltamos em uníssono:
Olá tu aí a sorrir
Diz-nos quem é o teu dentista
Eu nunca vi sorriso assim,
Nunca vi sorriso assim
Nem em capa de revista
O teu brilho dental
Não é coisa de amadora
É brilho profissional
É brilho profissional
Em busca de uma cenoura!
Mais leve lá entrou a Cenourita no carro da Noémia e fomos dar mais uma volta à cidade. A guerra já estava perdida e não fazia sentido deixar de apreciar a paisagem :)
Por ruelas e calçadas
Da Ribeira até à Foz
Por pedras sujas e gastas
Lá andamos nós
E pelo rio vai dourado o nosso brio
Nos rabelos de um Douro
Nos rabelos de um Douro
E para o mundo vão garrafas cá do fundo
Para o pessoal que é Mouro
De pessoal que é de ouro.
Chegamos à beira mar, prontas para a sessão fotográfica daquela visão magnífica. Tudo dentro do carro super sofisticado da Noémia, era quase um carro extraterrestre e eis que a Cenourita se pergunta:
"Ó senhora condutora eu queria tirar fotografias mas abre-me lá o vidro!"
A Noémia muito depressa responde**: "Roda aí a manivela que isto não é nenhuma máquina, pensas que nós temos essas viaturas sofisticadas que vocês usam lá para baixo? Olha que nós aqui trabalhamos, de onde pensas que vêm estes músculos? Aqui abrem-se as janelas à moda antiga". Sê lá mulher e dá à manivela ;)
Não sei se as fotos ficaram bem tiradas porque foi rir até não poder mais! Contado não tem piadinha nenhuma, só lá estando para assistir a esta rábula!
Adiante, que se faz tarde!
Continua a visita, ali na marginal a apreciar todas as pontes aos montes, umas embrulhadas outras já desembrulhadas, eis que chega o túnel. Ai que medo!!! Escuro, muito escuro e eis que:
Olá Cenoura, gosto de ti!
Há quanto tempo não relinchas por aí?
Nem nos blogs, nem nos comentários
Nem no nosso msn
Olá Cenoura, que aconteceu?
Ainda me lembro de ouvir dizer
Que de longe os relinchos sabias fazer
Mas os homens vão crescendo
E as éguas a morrer
Ainda me lembro... não pode ser!
Então Cenoura, vais relinchar
A gente gosta, é bom gostar
Faz mais um relincho, vá lá é só para nós
Vai de mansinho, mas pelo caminho, relincha a sós :)
Xauzinho Cenoura, Cláudia e Isabel
Obrigada por tudo de bom que vivemos
Fica uma lembrança fiel
Deste dia que nunca esqueceremos :)
A ti minha Noémia linda, um grande e sentido abraço e à querida Conceição, obrigada por disponibilizares a tua hora de almoço para nos aturares, foi um lindo gesto!
Entre tiros e bombas e socos nas trombas ganhei uns presentes maravilhosos. Ora vejam lá! No final soltamos a bandeira branca e acenamos pela paz entre Norte e Sul. Não poderia deixar de o fazer depois de receber estas coisas deliciosas! Falta saber é se não é uma estratégia para me envenenar e tirar-me o pio. Mas se me tirarem o pio não faz mal... eu relincho he he
*Não pretendo ferir ninguém que seja epiléctico, tenho dois tios com esse problema e, infelizmente, descobrimos que o Matias tem espasmos e ataques epilécticos. É a ele que me refiro!
** Exagerei a versão, como é óbvio!
Agradeço aos meus parceiros, Carlos Paião e Rui Veloso pela ajuda nos poemas. Agora sou uma pessoa muito bem relacionada e tenho que aproveitar toda a sabedoria dos mestres! Os poemas foram retirados e alterados por mim das seguintes músicas (se clicarem nelas podem ouvir no you tube):